Tendências do Comércio de Bens (julho-setembro 2022)

Último boletim com informações até setembro de 2022.

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A Secretaria-Geral da ALADI elabora indicadores que preveem o comportamento do comércio intrarregional e das exportações e importações de seus países-membros de e para o resto do mundo, com o propósito de facilitar a tomada de decisões dos agentes econômicos.

Principais variáveis que repercutem no andamento do comércio internacional dos países-membros da ALADI

A produção de bens e serviços de um país —e de seus principais parceiros comerciais—, os preços internacionais dos produtos básicos e a evolução dos preços internos e das taxas de câmbio são alguns dos fatores que, no curto prazo, condicionam a oferta e a demanda de bens que os países-membros da ALADI comercializam entre si e com o resto do mundo. Por esse motivo, revisa-se o comportamento recente destas variáveis.

  • Atividade econômica nos países-membros da ALADI

Em outubro de 2022, o Fundo Monetário Internacional revisou suas projeções de crescimento econômico para os países-membros da ALADI, prevendo uma alta nas economias. Assim, a produção de bens e serviços finais da região deve aumentar, ainda neste ano, 3,2% em comparação com 2021, superando a queda de 7,1%, registrada em 2020.

Caso as projeções do Fundo sejam cumpridas, a taxa de crescimento da região deve diminuir neste ano e ainda mais no ano próximo. Tal diminuição seria consequência dos problemas internos e do impacto negativo de três fatos internacionais simultâneos: a guerra na Ucrânia, o baixo ritmo de crescimento da economia chinesa e o aumento das taxas de juros internacionais e internas, em decorrência do aumento da inflação na maioria das economias.

Tabela 1. Taxa de crescimento do produto interno bruto dos países-membros da ALADI (%)

País2020202120222023
Argentina-9,910,44,02,0
Bolívia8,76,13,83,2
Brasil-3,94,62,81,0
Chile-6,111,72,0-1,0
Colômbia-7,010,77,62,2
Cuba*-10,91,3n/dn/d
Equador-7,84,22,92,7
México-8,14,82,11,2
Panamá-17,915,37,54,0
Paraguai-0,84,20,24,3
Peru-11,013,62,72,6
Uruguai-6,14,45,33,6
Venezuela-30,00,56,06,5
ALADI**-7,16,63,21,5
Nota: n/d= Não disponível. Fonte: Secretaria-Geral da ALADI com base em dados históricos de organismos oficiais dos países-membros, bem como estimações e projeções realizadas pelo Fundo Monetário Internacional, exceto a República de Cuba. ()Para o caso de Cuba, foram utilizados valores históricos correspondentes a ONEI e CEPAL. (*) Para os anos 2022 e 2023 não incorpora projeções da República de Cuba. URL utilizadas: FMI:https://www.imf.org/en/Publications/WEO/weo-database/2022/October. CEPAL: https://statistics.cepal.org/portal/cepalstat/perfil-nacional.html?theme=2&country=cub&lang=es ONEI:http://www.onei.gob.cu/node/18247

A desaceleração do crescimento das economias dos países-membros da ALADI e de seus principais parceiros terá impacto negativo no comércio regional e extrarregional. Nesse cenário, o FMI previu aumento do comércio mundial de bens e serviços de 4,3% para este ano, e de 2,5% para ano que vem.

  • Evolución de los precios internacionales de las materias primas

A desaceleração do crescimento das economias do mundo —especialmente da chinesa— e o aumento das taxas de juros no mundo vêm provocando uma diminuição do ritmo de crescimento dos preços nominais das matérias-primas. Para este ano, o FMI prevê incremento real de 29,9% no preço dos combustíveis —isto é, muito abaixo do crescimento real de 58% registrado em 2021—. Para 2023, espera-se uma contração dos preços de 18,2% em termos reais.

Por sua vez, o crescimento nominal dos preços do resto das matérias-primas não bastará para compensar o aumento da inflação, e decorrerá em diminuição real dos preços de 1,4%. A situação será mais profunda em 2023; para o ano próximo, o FMI prevê diminuição dos preços de 12% em termos reais.

  • O comportamento dos preços ao consumidor

O incremento dos preços internacionais, alguns problemas de fornecimentos e uma maior demanda doméstica provocaram forte aceleração no ritmo de crescimento dos preços ao consumidor a partir de 2021. Apesar das medidas monetárias e fiscais implementadas, a inflação, na escala internacional, ainda se mantém acima dos níveis previstos pelas autoridades, reduzindo o poder de compra dos consumidores de bens domésticos e importados.

Os países-membros da ALADI não são alheios a esta situação. Não obstante, a análise deve considerar a situação de, por um lado, os países com inflação baixa e moderada e, pelo outro, daqueles que, antes da aceleração mundial dos preços ao consumidor, já tinham inflação alta ou extremamente alta (Argentina e Venezuela).

Para o caso dos países com inflação baixa ou moderada, as medidas adotadas conduziram a uma desaceleração da inflação, embora ainda se mantenha acima da meta estabelecida.

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Por sua vez, nos países com inflação alta ou extremamente alta, observa-se, no caso da Venezuela, uma pronunciada diminuição no ritmo de crescimento dos preços ao consumidor e, no caso argentino, uma aceleração deste crescimento.

  • Evolução das taxas de câmbion de los tipos de cambio

O aumento das taxas de juro no mundo em um cenário incerto, dentre outros fatores, endureceu as condições de financiamento para governos e empresas.

Esta situação impactou no mercado de câmbios. No terceiro trimestre de 2022, o dólar se fortaleceu em relação ao euro, ao yuan renmimbi e à maioria das moedas dos países-membros da ALADI, em comparação com o segundo trimestre do mesmo ano.

No comparativo com o terceiro trimestre do ano 2021 ou com os últimos doze meses finalizados em setembro, o dólar se fortaleceu frente às moedas de todos os países-membros, menos de Bolívia, Brasil, Uruguai e Venezuela.

Tabela 2. Variação das taxas de câmbio da moeda nacional em relação ao dólar (em %)

País ou regiãoJulho-set./2022-
Abril-junho/2022
Julho-set./2022-
Julho-set.-21
12 meses a set.-22/-
12 meses a set.-21
Argentina15,039,327,9
Bolívia 0,00,00,0
Brasil7,00,4-2,0
Chile10,220,114,4
Colômbia12,113,99,0
Cuba0,00,032,2
México1,01,10,7
Paraguai0,60,11,2
Peru3,9-3,82,5
Uruguai0,5-5,6-2,4
Venezuela37,8-100,0-100,0
China3,55,90,8
Zona Euro5,817,110,5
Fonte: Secretaria-Geral da ALADI com base em dados do Banco Central de Chile.

Exportações dos países-membros da ALADI

O Indicador oportuno de exportações totais de bens da ALADI, que mede a evolução das vendas em dólares de bens de seus treze países-membros para o mundo, aumentou 15,7% no terceiro trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021.

Em termos sazonalizados, isto é, sem levar em conta as oscilações no comportamento do indicador associadas a movimentos periódicos ou sazonais, o montante exportado de bens dos países-membros da ALADI para o mundo diminuiu 0,1% no terceiro trimestre deste ano, se comparado ao segundo trimestre.

A desaceleração da demanda e a redução de alguns preços de matérias-primas podem explicar a baixa registrada nas exportações dos países-membros da ALADI para o mundo e, caso as projeções se comprovem, podem se aprofundar nos próximos trimestres.

Importações dos países-membros da ALADI

Por sua vez, o Indicador oportuno de importações totais de bens da ALADI, que mostra a evolução das compras de bens que realizam os países-membros da ALADI para o mundo, aumentou 23,8% no terceiro trimestre de 2022, se comparado ao mesmo período de 2021. No entanto, em comparativo feito sem fatores sazonalizados, as compras para o exterior registraram aumento de 0,2% no trimestre julho-setembro de 2022, em relação ao trimestre abril-junho do mesmo ano.

A demanda por produtos importados dos países-membros da ALADI vem se desacelerando e a situação poderia se aprofundar nos próximos meses. Isto, como consequência de uma diminuição no poder de compra de consumidores e produtores, da desvalorização das moedas locais em relação ao dólar na maioria dos países-membros e de um ritmo menor de crescimento das economias.A demanda por produtos importados dos países-membros da ALADI vem se desacelerando e a situação poderia se aprofundar nos próximos meses. Isto, como consequência de uma diminuição no poder de compra de consumidores e produtores, da desvalorização das moedas locais em relação ao dólar na maioria dos países-membros e de um ritmo menor de crescimento das economias.

Comércio intrarregional

O Indicador oportuno de comércio intrarregional da ALADI aumentou 29,3% no período julho-setembro de 2022, em comparação com o mesmo trimestre de 2021. Ademais, a média do valor comercializado pelos países-membros da ALADI durante o terceiro trimestre foi 2% superior à média do valor comercializado no período abril-junho de 2022, sem considerar fatores sazonalizados.


Dados de gráficas e tabelas

Gráfica 1. Taxa de crescimento do PIB: ALADI e principais parceiros comerciais (em %)
Gráfica 2. Índice de preços internacionais das matérias-primas
Gráfica 3. Inflação interanual (%)
Gráfica 4. Inflação interanual na Argentina (%)
Gráfica 5. Inflação interanual na Venezuela (%)
Gráfica 6. Indicador Oportuno de Exportações Totais – ALADI
Gráfica 7. Indicador Oportuno de Importações Totais – ALADI
Gráfica 8. Indicador Oportuno de Comércio Intrarregional – ALADI
Tabela 1. Taxa de crescimento do produto interno bruto dos países-membros da ALADI (%)
Tabela 2. Variação das taxas de câmbio da moeda nacional em relação ao dólar (em %)

Metodología y otros documentos